O consumo consciente na moda e a importância dos brechós.

Nos últimos anos, houve um alto crescimento do consumo consciente assim como o consumo em brechós. A compra de roupas e produtos usados é uma prática bem antiga. No subúrbio da capital francesa Saint Quen, por volta de 1900, já existiam feiras de trocas. Devido às péssimas condições de higiene, esses locais foram apelidados de marché aux puces, traduzindo, mercado das pulgas.

Esses eventos começaram no Brasil em 1899, com Belchior, um mascate que revendia no Rio de Janeiro. E por conta do seu nome complicado, ficou conhecido como Brechó, daí a origem desse termo.

Até hoje, muitas pessoas pensam que brechós são locais com peças ruins, velhas e com más energias, já que algumas coisas são mais antigas, usadas e baratas. Mas qual o problema de uma peça ser antiga, usada e barata, se ela é linda e estilosa?

Aquele conceito de brechó antigo, cheio de peças sujas e cheiro ruim já não existe mais. De algum tempo para cá, o mundo da moda tem olhado para o passado e tem visto o potencial nas roupas dos anos 70, 80, 90 e 2000. A maior prova disso está nas últimas temporadas de desfiles, que lançam tendências novas baseadas nas modinhas antigas.

Comprar roupas em brechó está se tornando cada dia mais comum. Ir em um brechó é totalmente diferente de ir em uma loja convencional de roupas. Nele, não há muitas unidades de uma mesma peça com numerações e cores diferentes. As peças são únicas e exclusivas. Além disso, hoje encontramos muitos brechós bem arrumados, com roupas cheirosas, limpas e organizadas.

Quando compramos uma peça em brechó estamos dando continuidade às roupas que poderiam parar no lixo. Isso evita que o meio ambiente seja exposto a mais materiais difíceis de se decompor. Também menos roupas serão produzidas nas fábricas têxteis, fazendo com que menos substâncias tóxicas sejam despejadas no meio ambiente.

Doar roupas usadas para brechós significa contribuir com a comunidade e promove a reutilização. Uma outra possibilidade igualmente interessante é encaminhar as peças que não estão mais sendo usadas para instituições de caridade, onde essas roupas serão de grande utilidade.

Consumir de forma responsável, evitando comprar peças em excesso e que não serão muito usadas, também é uma forma de poupar a natureza. Antes de comprar, pare e se pergunte se realmente usará a roupa, se ela é de fato necessária e se não apresenta nenhum defeito.

E se deseja mudar seu estilo de consumo, sendo mais consciente, procure saber a origem dos tecidos e como é produzida aquela peça ou marca. Hoje em dia há inúmeras marcas sustentáveis, levando este propósito muito a sério. Sabendo das diversas questões socioambientais envolvidas na produção de um produto de moda, provavelmente teremos a chance de fazer escolhas melhores, não só para nós, mas para o mundo.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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