Uma das melhores coisas da vida é viajar, disso ninguém discorda. E como é bom trazer lembranças dos lugares que descobrimos. São souvenires, objetos e, claro, roupas.
Sim, as roupas também nos remetem às melhores lembranças. Sabe aquela jaqueta comprada nos Estados Unidos há cinco nos atrás? Que você ama e não tira do corpo?
Com certeza, porque traz boas recordações. É comum durante nossas vidas acumularmos peças que remetam a pessoas e momentos, peças de roupas que muitas vezes ultrapassam gerações familiares, que mesmo perdendo sua utilidade inicial, são guardadas com afeição.
As roupas e a construção de identidade
O tecido, o cheiro, as formas da roupa nos trazem lembranças e sensações, elas carregam em si as marcas de desgastes, a história daquele que a usou. As roupas são portadoras de memórias afetivas, o que oferece uma ponte na construção da identidade.
As roupas estão lá, em todos os momentos de nossas vidas, tristezas e alegrias, elas fazem parte da nossa história e nelas depositamos memórias. O que evidencia nossa existência, nossa marca humana.
Uma mancha de café na jaqueta, o desgaste da bainha, o ajuste da calça, o perfume do Terppenoil ao sair da SulSec.. Segundo Debary (2010) “os objetos são como atores sociais, pois acompanham nossa existência, se relacionando com o mundo e adquirem uma própria história, fato que dá a eles uma carga simbólica, uma representação e valor único”.
De geração em geração
Ao fazermos de nossas roupas objetos de lembranças estamos na nossa subjetividade concebendo nossa identidade, essa que fará novas escolhas de memórias e construirá novos objetos. Nossa memória forma aquilo que somos no presente, ela é consequência daquilo que guardamos e também daquilo que esquecemos.
O vestuário remete sempre as estruturas e aos conflitos sociais. Percebemos que as roupas não têm meramente a função de vestir, mas sim uma função de representações sociais, de como se quer ser visto e do como se vê o outro. Com isso o vestuário é parte essencial para a construção identitária do indivíduo que através do tempo tem a liberdade de montar inúmeras facetas e criar uma multiplicidade dos sujeitos.
Portanto, manter as roupas em dia é fundamental. O que envelhece as roupas não é o seu uso, e sim, a maneira como as lavamos.